Pedro Francisco - Peter Frank
Foi com muito orgulho que tomei conhecimento que iria ser inaugurado em Rhode Island , E.U.A., mais um monumento onde o nome desse herói , que foi Pedro Francisco Peter Frank , da independência Americana figura. A inauguração já se deu e um dos seus impulsionadores esteve recentemente nesta ilha. Os vários jornais fizeram eco do assunto e foi bom que o fizessem, porque muito embora ele tenha uma rua com o seu nome na freguesia onde nasceu e uma lápide que relembra o seu baptismo , no baptistério da igreja paroquial, muita gente da freguesia e da ilha ainda desconhece este grande vulto da história Americana, que viu a luz neste rincão à beira mar plantado.
Orgulho-me de ter feito à largos anos um levantamento, por sugestão do então e saudoso presidente da Assembleia de Freguesia de Porto Judeu sr . João de Borba, mais conhecido por João do Pico, com vista a convencer os restantes membros da assembleia a votar favoravelmente o nome da "Rua Pedro Francisco - Herói da Independência Americana". O que se conseguiu!
O texto que abaixo se publica nada tem a ver com o que foi feito para essa ocasião, pois penso que o perdi , trata-se de um texto retirado do Jornal a União, que retrata a vida deste herói que só engrandece a história desta ilha, pelo seu nascimento, e da sua freguesia o Porto Judeu.
( Monumento a Pedro Francisco em Guilford)
“Um verdadeiro gigante, alto e forte, tão corajoso como era forte, um homem descrito como acima de todos os preconceitos pessoais ou baixeza de conduta, ardentemente devotado à causa que ele tinha como sua, não existe figura tão intrépida em toda a historia dos guerreiros da América como Pedro Francisco”, assim assenta a nota biográfica pesquisada por Clemente Anastácio.
Pedro Francisco nasceu em 1760 na Freguesia do Porto Judeu, Ilha Terceira onde foi baptizado na igreja de Santo António. Em 1765, Pedro Francisco, com cinco anos de idade, foi trazido por desconhecidos para os Estados Unidos e abandonado no cais de City Point, agora Hopewell, no Estado de Virginia, sozinho e sem amigos.
O navio que o trouxe para a América, imediatamente se fez ao mar e dele nunca mais houve notícia. Marinheiros e demais trabalhadores do cais notaram que Pedro pouco entendia inglês e que apenas falava português.
Foi levado para o asilo Prince George e ali cuidaram dele até que o Juiz Anthony Winston, um tio de Patrick Henry, o levou para um lugar nos subúrbios de Richmond, no Condado de Buckingham. O Juiz Winston representou o Condado de Buckingham na Convenção de Virginia e era um dos chefes dos patriotas. Em 23 de Março de 1775, Pedro Francisco escutou, fascinado, o impressionante discurso feito por Patrick Henry em que ele proferiu a imortal frase, “Dá-me liberdade ou dá-me morte. A guerra surgiria logo após.
No Outono de 1776, com a idade de dezasseis anos, Francisco entrou para o Décimo Regimento das tropas continentais da Virginia. A primeira vez que entrou em combate foi em 11 de Setembro de 1777, em Brandywine, Pennsylvania. Foi neste local em Sandy Hollow que se encontrou pela primeira vez com o General Lafayette. Ambos ficaram feridos nesta batalha e tornaram-se grandes amigos durante a convalescença. Esta amizade foi preservada ao longo das suas vidas. Em 1824, Francisco acompanhou o Marquês na sua triunfante passagem através da Virginia. Um mês depois Francisco voltava à linha de combate em Germantown. Esteve entre os americanos que escaparam e fugiram do Fort Mifflin para as margens de New Jersey. "
Em Stony Point entrou no forte após o Major James Gibbon de Richmond, sendo o Major o primeiro a faze-lo. Depois de Stony Point voltou para Virginia e alistou-se nas tropas de Cavalaria tendo tornado parte em muitas batalhas no Sul sob as ordens do General Gates e General Green. Missivas do campo de batalha de Camden, Carolina do Sul, contam como, tendo os cavalos sido mortos, Francisco mudou um canhao com o peso de mil e cem libras (500 kg) para nova posisão numa distancia de algumas centenas de pés. Foi nesta batalha que ele salvou a vida ao Coronel William Mayo, tornando possivel a sua fuga ao dar-lhe um cavalo inglês, depois de ter derrubado o cavaleiro que o tentou fazer prisioneiro. Conta-se que a espada que usava em combate foi mandada fazer especialmente para ele, por ordem do General Washington.
Continua...