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Ideias e Ideais

... Sou das Ilhas de Bruma onde as gaivotas vêm beijar a terra...

Ideias e Ideais

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Bem-vindo(a)

Hoje tudo o que eu queria
era a tua visita.
Não sei porquê mas fazia-me bem
que me deixasses uma mensagem.
Se não gostares do
meu cantinho diz.
Podes ficar descansado(a)
que não vou ralhar contigo.
Para quem não sabe
e me visita pela primeira vez
este é um espaço de
um Açoriano da ilha Terceira.
Aqui vou falando
da minha terra
e das minhas ideias e ideais
.Obrigado por me visitares

Algar do Carvão - Uma das sete Maravilhas de Portugal

25.05.10, ilhas

É um dos 21 finalistas do concurso, a decorrer, que servirá para eleger as sete maravilhas naturais de Portugal. Esta espécie de monumento natural, situa-se na Caldeira Guilherme Moniz bem no Limite da freguesia de Porto Judeu na ilha Terceira. O que peço aos meus amigos e leitores é que passem pelo site http://www.7maravilhas.sapo.pt e votem no que de melhor nós temos. Ficar entre os sete finalistas já será uma grande vitória e decerto projectará o nome de Porto Judeu e da nossa ilha além fronteiras.

Retirado do site dos Montanheiros, associação que gere aquele espaço, eis um texto que descreve o local, características e outros assuntos de interesse: 

 

"A grande erupção, conhecida como “do Pico Alto”, que ocorreu a norte do aparelho vulcânico do Guilherme Moniz, já existente, derramou as suas lavas a grande distância. Mais tarde, uma nova erupção, desta vez basáltica, rasgou o solo e iniciou um processo que levaria à formação de um vulcão estromboliano – O Pico do Carvão. Numa primeira fase, ao forçar e tentar romper o derrame traquítico, já existente e que constituía uma barreira natural de consistência pouco “colaborante”, formou a zona da lagoa e as duas abóbadas sobre a mesma. Posteriormente, numa nova tentativa de evasão, as lavas basálticas, romperam mais ao lado a actual chaminé, saindo para o exterior. Na sua fase final o magma desceu para o interior das condutas mais profundas e da câmara magmática, dando origem, essa ausência quase instantânea do magma, à formação do Algar propriamente dito.

Os derrames de lava muito efusiva, produziram rios de lava ácida muito fluidas que carbonizaram vegetação existente. A datação de um dos fósseis então formados, dá para o Algar do Carvão uma idade de 2148 ( + ou - 115 anos).

Localização

O cone vulcânico, que alberga no seu interior o Algar do Carvão, situa-se sensivelmente no meio da ilha Terceira, a norte da cidade de Angra do Heroísmo, distando desta cerca de 12 Km por estrada. O acesso é fácil, recorrendo à rede viária pública que apresenta sinalização suficiente para o efeito. Possui uma posição geográfica de coordenadas 38º 45’ N e 27º 15’ W e uma altitude de sensivelmente 640 m

As Primeiras Descidas

O primeiro relato de uma descida ao Algar do Carvão de que se tem conhecimento data de 26 de Janeiro de 1893, com a utilização de uma corda, levada a cabo por Cândido Corvelo e José Luís Sequeira. Uma segunda descida foi efectuada por Didier Couto, em 1934, que elaborou o primeiro perfil do Algar. Em 1962 outro grupo ……???

Apenas a 18 de Agosto de 1963, se deu início a descidas organizadas ao interior do Algar, por um grupo de entusiastas, que mais tarde se haviam de organizar numa associação denominada de “Os Montanheiros”, com recurso a um sistema mais elaborado. Com recurso a sistemas de iluminação portáteis mais eficientes foi possível a progressão no Algar de forma a explorá-lo até ao mais remoto e ínfimo buraco. Com a recolha de elementos caídos no chão foi possível trazer à luz do dia e aos olhos de todos uma mostra de alguns dos materiais que componham a gruta.

Após as primeiras descidas, e com o valor patrimonial que haviam reconhecido nesta cavidade, decidiram que algo de tão belo e raro deveria ser partilhado com muitos outros. O sistema de descida, pela boca do Algar, não tornava essa tarefa viável, uma vez que levavam praticamente um dia para fazer descer e subir 6 a 8 pessoas, mesmo assim muitas foram as expedições realizadas com esse propósito, que nos fins-de-semana faziam deslocar dezenas de populares a cada vez.

Uma solução mais funcional, para levar os interessados ao interior do Algar, estava no entanto à vista.

O Túnel e as Escadas

Com os Montanheiros já constituídos, foram feitos levantamentos topográficos para a abertura de um túnel, de forma a permitir um fácil acesso a quem quisesse visitar e estudar este algar.

Com início em 28 de Maio de 1965 e até 28 de Novembro de 1966, aos fins-de-semana e feriados, conseguiram os Montanheiros rasgar um túnel de 44 metros até ao interior do algar, que veio mais tarde a ser alargado e consolidado a betão.

Foram feitas escadarias no interior, inicialmente em madeira para permitir o acesso à parte inferior do algar. Diversos actos de vandalismo destruíram totalmente essas escadas interiores. Posteriormente, em 1977, foi construída a actual escadaria em betão, com uma extensão total de 300 metros, repavimentada e alargada em 2003.

A Doação do Algar

O valor e mérito que a associação Os Montanheiros mostrou, em todo este longo período de expedições ao Algar, nomeadamente com a abertura do túnel e a construção da estrada, não passaram despercebido ao proprietário dos terrenos, com quem os Montanheiros mantinham uma relação de amizade, e que haviam autorizado verbalmente todas essas acções. Não é pois de estranhar que a 30 de Novembro de 1973 uma porção desse terreno, que albergava o algar, fosse doada por José Ataíde da Câmara e sua esposa aos Montanheiros. Foi doada ainda a faixa de terreno, onde Os Montanheiros haviam rasgado o acesso, derivando do Caminho do Cabrito, que facilitava a chegada ao Pico do Carvão e que actualmente se tornou em caminho de domínio público.

O Algar e o Turísmo

É sem dúvida a cavidade vulcânica mais conhecida nos Açores tendo-se tornado na primeira com condições de recepção a visitantes, nomeadamente com uma entrada artificial desenvolvida para esse fim (túnel), electrificação permanente, horário e calendário anual de aberturas ao público.

Após o término do caminho e do túnel, procedeu-se à respectiva inauguração, a 1 de Dezembro de 1968, data da primeira abertura ao público. Era então o algar procurado e visitado pela população destas ilhas e alguns turistas que por cá passavam, guiados por elementos de "Os Montanheiros", e iluminados por focos de mão, de testa e candeeiros a gás.

Em 1987 conseguiu-se terminar a montagem de um primeiro sistema de iluminação fixa no interior, alimentado por um gerador. Com o decorrer do tempo, foi construída uma casa-apoio para recepção dos visitantes e outra para albergar os grupos geradores e arrumos.

Actualmente este Algar está aberto durante o Verão a todos aqueles que o queiram visitar, registando anualmente uma procura da ordem dos vários milhares de visitantes.



Interesse geológico

Não raras vezes o interior das nossas cavidades vulcânicas possui bonitos cenários naturais. A este respeito o Algar do Carvão, será o exemplo mais expressivo nos Açores.

Trata-se de uma notável chaminé vulcânica, que ao contrário do que geralmente se verifica noutros casos não se acha completamente obstruída. Com uma cratera de 15 X 20 m termina 90 m abaixo numa lagoa de águas límpidas.

Ao infiltrar-se através das rochas e escórias, a água dissolve e é enriquecida em minerais férricos e de sílica. Ao libertar-se, precipitando-se na lagoa, deposita, nas abóbadas, nas paredes interiores e nos pavimentos os minerais sob a forma de estalactites e estalagmites de sílica amorfa de cor branca leitosa ou veios férricos avermelhados, produzindo alguns, por oxidação, depósitos de limonite. Esse facto torna distintas as duas abóbadas mais interiores: sobre a lagoa predomina a sílica e sobre o “palco” predominam os depósitos férricos. Tem sido adiantada também a hipótese das formações siliciosas estarem relacionadas com a presença de diatomáceas, que possuem sílica na sua estrutura.

É ainda possível observarem-se algumas capas de basalto que conseguem manter-se coalescentes às paredes traquíticas; formações esmaltadas de cor negra a revestirem algumas paredes ou formando lâminas pendentes; escorrências lávicas ocorridas antes da solidificação total da lava ou por mecanismos de refusão das paredes.

A lagoa com uma superfície max. de 400 m2, alimentada por infiltrações pluviais e algumas pequenas nascentes imersas na lagoa, atinge uma profundidade max. de 15 m. Em anos pouco pluviosos chega a secar quase completamente. Foi encontrada no fundo da lagoa um fóssil de uma ave marinha perfeitamente conservada e coberta de sílica. Esta lagoa, com as restantes formações da gruta que a circundam, traz uma beleza adicional ao conjunto.

Por aquilo que pode ser observado e pelas questões que suscita a sua importância geológica tem sido assinalada por diversos especialistas nacionais e estrangeiros.

Fauna e Flora

A beleza deste Algar mostra-se também no povoamento vegetal que recobre o interior do cone, que constitui aliás um habitat muito característico – uma chaminé vulcânica. A intensidade luminosa revela-se sempre como factor limitador à distribuição das espécies vegetais. Embora as comunidades vegetais se desenvolvam até cerca dos 64 m abaixo da boca, a vida no entanto preenche toda a gruta, com a presença de algas e bolores.

No perímetro que rodeia a “boca” do algar, temos uma comunidade arbórea composta por espécies como o Ilex perado, Erica azorica, Laurus azorica, Vaccinium cylindraceum, alguns fetos como o Blechnum spicant, Polypodium macaronesicum, Culcita macrocarpa e Elaphoglossum hirtum e diversos briófitos na sua maioria epífitos sobre as espécies arbóreo/arbustivas aqui existente. Em seguida transitamos para um estrato herbáceo, com Lysimachia azorica, Hedera helix, várias Carex, Leontodon rigens, Luzula purpureo-splendens e Prunella vulgaris. Novamente diversas espécies de musgos e hepáticas estão presentes. Numa zona inferior temos apenas os fetos e alguns briófitos. A biodiversidade baixa consideravelmente. Por último, na penumbra, restam apenas as algas diatomáceas e clorófitas e bolores.

Em termos de fauna, de vertebrados, é possível observar diferentes aves que aqui procuram refúgio. Uma visita nocturna propicia uma boa ocasião para observação de aves como o pardal (Passer domesticus), o melro-preto (Turdus merula azorensis) e o tentilhão (Fringila coelebs). Ocasionalmente observam-se coelhos dentro do algar, mortos em consequência da queda pela cratera. Não há registos da existência de ratos, morcegos ou de qualquer outro vertebrado. No entanto, ao nível de artrópodes cavernícolas, o Algar possui uma riqueza considerável, com várias espécies troglóbias identificadas.

Manifestações Sociais

A procura por novos palcos, com cenários exóticos, foi talvez o principal motivo para que se tenham realizado, por algumas vezes no passado, actividades sociais muito variadas.

A algar já viu, em exibição ao público, a actuação de diversos grupos corais e grupos de música popular, assim como a celebração de eucaristias no seu interior.

Podemos ainda referir que por diversas vezes foi este espaço alvo das atenções de produtoras televisivas, de diferentes nacionalidades, a fim de serem feitas reportagens e documentários."

 

Retirado dehttp://www.montanheiros.com

 

 

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