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Ideias e Ideais

... Sou das Ilhas de Bruma onde as gaivotas vêm beijar a terra...

Ideias e Ideais

... Sou das Ilhas de Bruma onde as gaivotas vêm beijar a terra...

Bem-vindo(a)

Hoje tudo o que eu queria
era a tua visita.
Não sei porquê mas fazia-me bem
que me deixasses uma mensagem.
Se não gostares do
meu cantinho diz.
Podes ficar descansado(a)
que não vou ralhar contigo.
Para quem não sabe
e me visita pela primeira vez
este é um espaço de
um Açoriano da ilha Terceira.
Aqui vou falando
da minha terra
e das minhas ideias e ideais
.Obrigado por me visitares

Tia Vieira Um Centenário!

10.11.08, ilhas

Não resisti a "roubar" do jornal "A União" a noticia de à uma semana sobre o centenário da Tia Maria Vieira, uma senhora desta freguesia que teve uma grande festa e que concretizou o sonho de chegar aos cem anos. O Porto Judeu, nomeadamenta a comunidade de Caminho da Cidade, esteve em festa.

"Cem anos…não de solidão mas de plena convivência. Da catequese à prática de enfermagem passando pela confecção de bordados e serviço de parteira, Maria Cândida Vieira, popularmente conhecida como ‘Tia Vieira’, a todos ajudou e acudiu nas horas mais difíceis.

 

Hoje, dia em que completa um século de vida, vê o reconhecimento da sua família e de uma comunidade, o Porto Judeu de Cima, concelho de Angra do Heroísmo, que muito estima a sua bondade e sabedoria popular.

As recordações da centenária são mais que muitas, tantas quanto a saudade. “Tenho saudade sobretudo de andar depressa e bem…Agora é de andarilho”, diz Maria Vieira, mostrando um estado de saúde “de ferro”, sem medicações nem doenças.

Para trás ficaram os anos em que trabalhou com o pai na agricultura e os curativos e injecções solicitados por quem conhecia de perto e de longe os seus dotes de “enfermeira”. Uma actividade que colocou em prática até aos 80 anos de idade.

“Para tudo o quanto me chamavam lá ia eu…A primeira vez que dei uma injecção foi a mim mesma. O médico, que precisou de se ausentar da ilha, deu-me uma seringa e uma agulha para curar um problema de saúde que eu tinha no coração. Quando o médico regressou ficou admirado da minha coragem, dizendo que nunca foi capaz de dar uma injecção a si próprio”, recorda.

As aprendizagens e conhecimentos técnicos, apesar de saber ler e escrever, foram motivados pela sua natural curiosidade em contacto com médicos amigos. De resto só precisava coragem e determinação. “Não tinha medo de nada. Furava também as orelhas às raparigas que queriam usar brincos. Os meus trabalhos eram pagos em dinheiro e, muitas vezes, em géneros alimentícios. Se a pessoa vinha à minha casa custava meio escudo, se eu me deslocava a casa da pessoa era um escudo”, explica a idosa.

Questionada sobre as diferenças que encontra entre os tempos de hoje e antigamente, ‘Tia Vieira’ destaca, por um lado, o avanço da tecnologia e, por outro, a maior quantidade de doenças assinaladas. “Naquela época aguentava-se mais o trabalho, agora há máquinas para tudo…É verdade que hoje se vive melhor, mas tanto os novos como os velhos facilmente adoecem”.    

Como católica revelou rezar desde sempre, todas as noites, uma oração antiga que ensinou à sua filha e a muitos conhecidos.

“Meu Senhor, Jesus Cristo, que morto foste e vivo estás, perdoai a Vossa morte tão cruel e tão forte; perdoai os meus pecados, esquecidos e lembrados, que aos pés do meu Confessor nunca são bem confessados, na hora da minha morte tende de mim piedade”.

Presentemente gosta de contar histórias e de comer petiscos e panquecas com doce. Como diz o outro, “O amanhã a Deus pertence”.

Maria Cândida Vieira, filha única, nascida a 3 de Novembro de 1908, no Porto Judeu de Cima, tem uma filha, Lúcia Aguiar, três netos e seis bisnetos, o mais velho com 14 anos de idade. "

 

Na igreja de Cristo Salvador do Mundo realizou-se uma missa, muito participada, seguindo-se um beberete no salão do centro de convivio na antiga escola Brianda Pereira.

Aqui o Ideias augura à tia Vieira muitos anos de vida e que os possa novamente comemorar em comunidade.